Costumava ter um certo preconceito contra o Delfim. Não sei direito porque (como todo preconceito), provavelmente pelo seu cargo de ministro durante a ditadura. Porém, ultimamente, tenho apreciado seus textos semanais na Carta Capital. Nesta semana, ele escreveu uma frase genial, que condensa algo fundamental sobre o trabalho:
O homem, ao construir o mundo com seu trabalho, exerce uma pressão seletiva no sentido de aumentar a sua liberdade de expressão. Há uma evolução civilizatória e quase biológica que amplia o altruismo e a solidariedade social, exatamente porque a cooperação é mais produtiva e libera mais tempo para a expressão criativa do homem.
Não contente, Delfim ainda completa com um pensamento de Marx:
O trabalho é o processo pelo qual o homem se produz e projeta dele as condições de sua existência e a sua capacidade de transformar o mundo.
E não é exatamente isso?!
Compartilho sua admiração em relação ao texto e o preconceito ao D. Netto, esse, no entanto, infelizmente mantenho.
Mesmo com um passado obscuro, o D.N. não ficou parado no tempo. Virou “guru” de muitos economistas da atualidade.